Depois de receber inúmeras críticas por ter sido fotografada em Brasília, no último sábado (10), recebendo em sua residência o presidente Michel Temer, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, disse em São Paulo que “não se submete a pressões”. Além dos processos da Lava Jato já analisados e "engavetados" pelo Congresso, o presidente é investigado por corrupção também por editar um decreto suspeito de favorecer a Rodrimax, empresa que atua no Porto de Santos.
A minstra deu a declaração ao ser questionada sobre a ação de políticos em relação à tramitação de processos em segunda instância, durante sua participação no encontro “Mulheres no Poder: A Questão do Gênero na Justiça Brasileira”, promovido nesta terça-feira (13) pelo jornal Folha de São Paulo. Enquanto era aplaudida, uma mulher da plateia gritou “Lula na cadeia”.
O ex-presidente tenta pleiteiar um habeas corpus ao STF justamente por ter sido condenado pela segunda instância, no caso pelo TRF4, na ação do "Triplex do Guarujá". Mas a definição sobre a matéria não foi colocada na pauta deste mês e nem do próximo pela presidente do STF, o que torna o risco da prisão de Lula bem maior, segundo analistas políticos.
Em relação à crítica da presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, de que STF está inerte em relação ao debate da prisão após condenação em segunda instância, a ministra reagiu dizendo que sempre lutou pela democracia e que todos têm o direito de se manifestar, porque, caso não pensasse dessa maneira, estaria contrariando o que sempre defendeu: a liberdade de expressão.
“Lutei a minha vida inteira pela liberdade de expressão e pela democracia; não é agora que, quando sou o sujeito que recebe a crítica, que eu iria mudar”, disse. Segundo a presidente do STF, “as críticas às vezes mais contundentes, às vezes mais ácidas” resultam dessa luta democrática.
Da Redação
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