Depois de ter descartado ingestão de drogas e álcool na semana passada pelo fisiculturista sete-lagoano Alan Guimarães Pontello, o Instituto Médico Legal (IML) identificou uma substância chamada cetamina no organismo do rapaz. A informação foi repassada à imprensa pelo advogado Ércio Quaresma, que faz a defesa da Cy Security e Vigilância, empresa que fazia a segurança da boate Hangar 677, e confirmada pela Polícia Civil. A morte do fisiculturista de 25 anos, ocorrida em 2 de setembro, é cercada de contradições (clique e relembre).
Em entrevista ao Portal O Tempo, da capital mineira, o delegado Magno Machado explicou nessa segunda-feira (3) que a cetamina é um medicamento e que a informação não é conclusiva. “As investigações vão continuar, só vou me pronunciar no final”, disse o investigador.
O coordenador do Centro de Referência em Drogas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Frederico Garcia, informou à reportagem que a cetamina é um anestésico que só pode ser usado no ambiente hospitalar, ou seja, não pode ser adquirido em farmácias.
O efeito causado por ela é de “bem-estar”, segundo Garcia, e por isso vem sendo bastante usada em baladas (injetada ou inalada), principalmente na Europa, tornando-se um problema para as autoridades já há cerca de 5 anos também no Brasil. “O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) usa muito, o efeito é rápido (...) Ela tem sido usada como droga e a overdose pode levar a parada respiratória”, explicou o coordenador..
Contestação
O pai do fisiculturista, o técnico em eletrônica, Dênio Luiz Pontelo, 47, desde a morte do rapaz vem contestando a versão de que Alan usava drogas. “Perante aos meus olhos, meu filho estava sempre lúcido. Falaram que ele morreu de overdose, mas não acharam drogas no corpo”, disse.
Dênio acredita que os comprimidos de ecstasy e os papelotes de cocaína encontrados com Pontelo foram “plantados” pelos seguranças, versão confirmada também por testemunhas, como a namorada de Alan e outras pessoas que presenciaram o momento em que ele foi levado a uma sala restrita pelos seguranças, onde foi supostamente espancado.
O laudo da necropsia, que realmente irá apontar as causas da morte de Alan Guimarães Pontello, no entanto, ainda não está pronto e, consequentemente, não há inquérito concluído. A previsão é para que o resultado saia nos próximos dias, já que se passaram 30 dias da morte do sete-lagoano.
A Polícia Civil também se manifestou sobre o assunto por meio de nota. Leia na íntegra:
Em resposta à solicitação da imprensa, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) esclarece: A PCMG reafirma que o laudo toxicológico da vítima deu negativo para o uso de substâncias ilícitas. O exame de constatação de álcool também deu negativo.
A substância detectada no laudo, a cetamina, é usada como anestésico para procedimentos cirúrgicos, sedação e analgesia, sendo de uso estritamente médico. As investigações estão em andamento, com o delegado Magno Machado.
Da Redação
Sete Lagoas Notícias