Como era de se esperar, a pandemia do novo coronavírus afetou negativamente as atividades econômicas. A crise atingiu em cheio indústrias que possuem várias etapas dos seus processos de fabricação manual, como é o caso da produção de embalagens. Diante disso, algumas cervejarias optaram por reduzir ou suspender a produção de rótulos com menor procura, para manter a oferta das marcas mais consumidas pelo público.
Segundo a Neogrid, consultoria responsável por conciliar estoques à demanda nas principais redes de varejo do país, a ruptura da compra, como é chamada a situação em que o cliente deixa de consumir um produto porque o item não está disponível, atingiu 16% em agosto de 2020, contra apenas 10% em 2019, só comparável ao do período da greve dos caminhoneiros em maio de 2018.
A persistência da crise sanitária, porém, já começa a ser percebida nos produtos mais consumidos, segundo Omar Ahmad Assaf, diretor de mercado da Apas (Associação Paulista de Supermercados). "No primeiro momento, a indústria parou a produção dos itens de menor giro, mas outros já começaram a faltar", diz.
Considerando o índice geral de falta de produtos em supermercados medido pela Neogrid, os dados indicam que o pior passou. Depois de chegar a 12,57% em maio, a falta de itens disponíveis ao consumidor recuou para 12,08% em agosto. Em março, no início da quarentena, o índice era de 11,41%.
Bares fechados seguraram preços na quarentena, a redução da oferta de cerveja nos supermercados não fez estrago no bolso do consumidor, pelo menos por enquanto.
Entre janeiro e setembro, a média de preços da bebida no estado de São Paulo caiu 2,47%, segundo a Apas (Associação Paulista de Supermercados). Mas antes de pensar em encher a geladeira, é bom saber que a notícia animadora acaba aqui.
Em setembro, a associação já registrou um aumento de 1,94% nas cervejas. No mesmo mês de 2019, o preço havia recuado 0,48%. Até o final do ano, a expectativa é que a alta alcance algo entre 5% e 10%, segundo Omar Ahmad Assaf, diretor de mercado da Apas. "A indústria de bebidas frias, cervejas ou refrigerantes, usa essa época do ano para fazer o repasse de preços", diz Assaf. "O que tivemos de menor preço já passou e, daqui para frente, esperamos reajustes de 5% a 10%", afirma.
Quanto à cerveja mais barata no acumulado entre janeiro e setembro, período em que a inflação geral nos supermercados paulistas avançou 8,3%, a explicação também pode ter relação com as restrições ao funcionamento de bares e restaurantes.
Da Redação
Com informações FOLHAPRESS
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