Uma bebê de apenas quatro meses foi agredido e teve 16 costelas e o fêmur quebrado. O caso ocorreu em Jaboticatubas, na região metropolitana de Belo Horizonte, e os suspeitos das agressões são os pais da menina, um jovem de 21 anos e a mãe de 22 anos. Os dois foram indiciados pela Polícia Civil e o caso foi apresentado nesta quinta-feira (13).
O caso começou a ser investigado após a criança ser levada para o hospital por ter quebrado um fêmur. Ela tinha apenas um mês de vida na época, disse Victor de Mattos, Delegacia de Polícia Civil de Jaboticatubas.
“A gente sabe que o fêmur é um osso extremamente forte e resistente e isso chamou a atenção dos médicos. Ela permaneceu um tempo internada para tratar a fratura. O Conselho Tutelar foi acionado e começou a fazer visitar periódicas a família depois que a criança teve alta. Em um desses encontros desavisados, os conselheiros tutelares do município encontraram a criança, então com quatro meses, com febre alta e chorando muito e encaminharam a menina para o hospital”, conta o delegado.
A criança foi inicialmente tratada na Fundação Hospitalar de Jaboticatubas, mas depois foi transferida para o Pronto-Socorro João XXIII, em Belo Horizonte. A menina ficou um mês no hospital, sendo uma semana na unidade de terapia intensiva (UTI).
“Chamou muito atenção por que três meses após ela quebrar o fêmur, a criança foi encontrada nessa situação insalubre. Os conselheiros acionaram o Ministério Público, que repassou para a Polícia Civil o caso”, ressalta o delegado. As investigações foram abertas em março deste ano e fez uma série de diligências e concluiu que os pais da bebê estavam torturando a menina. O hospital foi oficializado para passar o prontuário médico à Polícia Civil.
“Foi feita uma perícia indireta a partir do prontuário médico concluindo que a criança de quatro meses de idade, para além de ter uma fratura do fêmur já confirmada, tinha 10 costelas a esquerda fraturadas e seis costelas a direita também fraturadas, essas eram lesões mais recentes. O fato de você ter 16 costelas quebradas em períodos distintos, mostra que isso não era um acidente como foi a versão narrada pelos pais, que disseram que a criança teria caído. Essas versões dos pais são fantasiosas, elas foram combatidas pelos elementos produzidos no inquérito, inclusive elementos objetivos a partir da perícia médica. O perito diz expressamente que essas lesões foram causadas por meio de um trauma de alto impacto”, elucidou Mattos.
Os pais ainda não estão presos. Eles disseram que a criança teria caído da banheira durante o banho e que a mãe, acidentalmente, teria sentado em cima dela. A Polícia disse que a versão não condiz com a perícia que indica que o trauma é de alto impacto e foi causado de forma cruel, o que não pode ser causado apenas por uma queda. “Concluímos que os pais dessa criança, de 21 e 22 anos, estavam efetivamente torturando-a. Então, não eram casos de puras agressões. Era um caso de verdadeira tortura”, enfatiza o delegado.
Após investigação, a Polícia Civil indiciou o pai da criança, que é pedreiro, por tortura castigo e com qualificadora que aumenta a pena por ter gerado lesão corporal de natureza grave com risco de vida e ainda a pena pode ser aumentada por ter sido praticada contra uma criança. A mãe, que é dona de casa, foi indiciada por tortura por omissão, já que foi concluído que ela não praticou os atos de agressão, mas também não agiu para impedir ou comunicar os fatos as autoridades.
Segundo a polícia embora não haja testemunhas e os pais neguem o fato, as apurações indicaram que o homem agredia a bebê e a mãe apesar de não agredir, também nunca revelou os fatos. O delegado esclareceu que a forma como se chegou a essa conclusão não pode ser divulgada para não atrapalhar essas e outras investigações.
O caso foi encaminhado à Justiça. O casal indiciado não tinha passagens pela polícia, são réus primário, mas o homem é usuário de drogas. O tempo de prisão que eles vão pegar vai depender muito das penas para as qualificadoras. A criança foi encaminhada para a adoção.
“Nós acreditamos que hoje, com 11 meses, ela será adotada e terá um recomeço, para que no âmbito de uma família substituta ela possa ser amada, aproveitar a convivência familiar longe desse ambiente trágico em que ela estava inserida”, concluiu o delegado.
Da Redação
Com informações O Tempo
Sete Lagoas Notícias
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