Pergunte a quem já fez revisões numa concessionária ou em uma oficina particular quantas vezes achou no orçamento uma série de serviços desnecessários, como limpeza de bico ou descarbonização. Trata-se da famosa empurroterapia.
Mas você sabe quando e se esses serviços são realmente necessários? Aprenda a seguir o que são esses serviços e em que condições devem ser feitos, para você não ser enganado.
1. HIGIENIZAÇÃO DO AR-CONDICIONADO
O que é:
O objetivo é eliminar fungos e bactérias que se desenvolvem no sistema. Por ser um equipamento que está sempre úmido, a sujeira acumulada nele acaba se tornando o ambiente ideal para proliferação de microrganismos.
Quando fazer:
Nos modelos sem filtro, a higienização deve ser feita a cada 15.000 km. Se o carro roda pouco, o ideal é a cada seis meses.
2. LIMPEZA DE BICO
O que é:
Trata-se de um procedimento que consiste na remoção de obstruções que comprometem o funcionamento da válvula injetora (também chamada de bico injetor), que ocorre quando a peça armazena o combustível pressurizado responsável pelo controle da vazão do combustível.
Quando fazer:
Fabricantes de automóveis e sistemas de injeção garantem que os bicos são autolimpantes, sendo difícil ou quase impossível a formação de resíduos. Em casos excepcionais, deverá ser feita a limpeza quando existir acúmulo de partículas que alteram o spray de combustível. Os principais sinais de entupimento são aumento no consumo, funcionamento irregular e desempenho fraco. Para prevenir o problema, basta usar combustível de qualidade e ficar atento ao filtro de combustível, seguindo os prazos de troca de manual.
3. FLUSHING
O que é:
É a limpeza do sistema de lubrificação do motor, para impedir ou eliminar a borra, que é o acúmulo de resíduos de óleo oxidado. A causa pode estar no uso de lubrificantes fora da especificação de fábrica, combustível adulterado ou extensão do período de troca do lubrificante. O flush é um aditivo com alta concentração de detergentes que agem com o motor funcionando minutos antes da troca de óleo.
Quando fazer:
Muitos dizem que trata-se de um serviço desnecessário, pois, não existe o momento ideal de fazer o flushing. O serviço é incapaz de remover resíduos que se formam nos capilares do sistema de lubrificação. “Se o motor estiver com grandes depósitos de borra, o melhor é desmontá-lo e efetuar a limpeza completa de todos os componentes internos”, diz o consultor técnico e responsável pelos desmontes da frota de Longa Duração da Quatro Rodas, Fábio Fukuda.
4. DESCARBONIZAÇÃO
O que é:
Está relacionada às peças que estão em contato direto com a combustão interna, feita com um produto químico específico. Pistões, câmaras de combustão, válvulas e até mesmo dutos de admissão estão sujeitos à carbonização, que é a formação de depósitos de carbono, resultado de uma combustão incompleta.
Quando fazer:
Só Quando os depósitos de carbono comprometerem o funcionamento do motor. O principal sintoma é a falha na vedação nas válvulas, o que reduz o desempenho e aumenta o consumo. Em casos extremos, pode levar à pré-detonação (batida de pino), que pode até furar o pistão.
Como o flushing, a eficiência é discutível. “A carbonização é de difícil remoção até mesmo por processos físicos como a abrasão, imagine com um produto químico”, diz Fukuda. O consultor técnico explica que um processo químico como os oferecidos no mercado pode até atenuar os efeitos de uma carbonização leve, mas não será capaz de propiciar uma limpeza interna totalmente eficaz,” esclarece.
A limpeza completa só é possível com banho químico, durante a retífica do cabeçote ou motor”, diz Fukuda. Ainda segundo Fukuda, esse é um problema maior de motor a gasolina. “Nos flex, o uso do etanol diminui bastante a carbonização no motor.”
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