O Boletim de Acompanhamento do projeto-piloto Monitoramento COVID Esgotos, divulgado nessa sexta-feira (6), mostrou piora dos dados, com tendência geral de aumento das estimativas de pessoas infectados com o novo coronavírus em Belo Horizonte e Contagem. As amostras dos esgotos coletados na capital mineira permitem estimar que cerca de 450 mil pessoas estavam infectadas pelo vírus na semana epidemiológica 43 (19 a 23 de outubro).
O projeto-piloto é uma iniciativa conjunta da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estações Sustentáveis de Tratamento de Esgoto (INCT ETEs Sustentáveis/UFMG), em parceria com a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA), o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) e a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).
A estimativa indica forte aumento nos infectados nas áreas do estudo. No boletim anterior, referente à semana epidemiológica anterior (12 e 16 de outubro), haviam sido estimadas 80 mil pessoas infectadas e em 110 mil pessoas na semana anterior. Em julho, o patamar de pessoas infectadas pelo novo coronavírus chegou a ser estimado em 850 mil pessoas nas regiões abrangidas pelo estudo. Nas semanas epidemiológicas apresentadas no atual boletim (semanas 43 e 44, de 19 a 30 de outubro), todas as regiões monitoradas apresentaram resultado positivo para o coronavírus.
“O cenário de aumento significativo das estimativas de população infectada na semana epidemiológica 43 e a perspectiva de aumento ainda maior na semana epidemiológica 44 podem ser indícios de um agravamento da pandemia, que pode estar relacionado à gradativa retomada de atividades do setor de serviços, bem como às aglomerações, em especial em ambientes fechados, entre outros motivos. Esse conjunto de fatores apontam para potencial aumento da circulação do vírus e, consequentemente, novo agravamento da pandemia em Belo Horizonte”, afirmam os pesquisadores.
O projeto-piloto Monitoramento COVID Esgotos tem o objetivo de monitorar a presença do novo coronavírus nas amostras de esgoto coletadas em diferentes pontos do sistema de esgotamento sanitário das cidades de Belo Horizonte e Contagem, inseridos nas bacias hidrográficas dos ribeirões Arrudas e do Onça. Assim é possível gerar dados para a sociedade e ajudar gestores na tomada de decisão.
Os pesquisadores participantes no estudo reforçam que não há evidências da transmissão do vírus através das fezes e que o objetivo da pesquisa é mapear os esgotos para indicar áreas com maior incidência da doença e usar os dados obtidos a partir do esgoto como uma ferramenta de aviso precoce para novos surtos, por exemplo.
Com os dados obtidos, é possível saber como está a ocorrência do novo coronavírus por região, o que pode direcionar a adoção ou não de medidas de relaxamento consciente do isolamento social. Também pode possibilitar avisos precoces dos riscos de aumento de incidência do COVID-19 de forma regionalizada, embasando a tomada de decisão pelos gestores públicos.
Da Redação
Com informações Ascom Ana
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